Concentrar energia ou dissipar energia…
Um dos grandes desafios de uma sociedade sustentável é buscar inovações diante dos fatos, sendo que uma crise é uma excelente oportunidade para o gestor buscar soluções inovadoras. Veja o caso de duas empresas que precisam buscar soluções para enfrentar a crise.
Na primeira empresa foi decidido que haverá corte de custos mediante corte de empregos, que é o caso mais comum. Com isso, cria-se um clima de pânico geral. Os funcionários perdem o foco no trabalho e começam a se preocupar com a sobrevivência. Dissemos que, no caso, há uma dissipação de energia. O resultado é uma forte queda nas vendas da empresa. Além disso, as demissões custam muito caro e a empresa acaba perdendo boa parte de sua mão de obra para a concorrência. Estudos revelam que uma queda nas vendas de 10% acarreta uma queda no lucro operacional de 20% a 40%, na maioria das empresas, devido à influência dos custos fixos. Perda de venda é o maior custo que existe em uma empresa.
A segunda empresa reconhece que vai enfrentar uma dificuldade e tem que cortar custos. Mas a tática foi reunir a força de trabalho, explicar bem a situação e convocar os funcionários para enfrentar junto com a diretoria o desafio e buscar alternativas para corte de custos sem cortar empregos. Agindo dessa forma, a empresa motiva o seu pessoal a trabalhar proativamente para encontrar soluções para a crise. Dissemos que, no caso, há uma concentração de energia de várias pessoas pensando em soluções. Muitas soluções estão no chão de fábrica ou na relação com os clientes ou na relação com os fornecedores. As pessoas que estão com a “mão na massa” podem enxergar melhores soluções para cortar custos e preservar os empregos. Alguns exemplos de soluções que podem surgir: melhoria no layout da produção, redução do desperdício, melhoria na expedição, melhoria no atendimento aos clientes, uso de matéria-prima alternativa, contatos com novos fornecedores etc.
Se a segunda empresa conseguir preservar os empregos, ela vai contribuir para garantir mercado para os produtos de outras empresas. E se uma terceira empresa também conseguir preservar os empregos, ela vai contribuir para garantir mercado para os produtos da segunda empresa. E assim por diante. A preservação dos empregos é a garantia da continuidade do fluxo de consumo e o fluxo de renda das pessoas.
Portanto, a última coisa que os empresários deviam pensar é cortar custos mediante o corte de empregos. Antes dessa atitude drástica, deve-se convocar a força de trabalho para buscar junto com a administração novas formas de corte de custos ou até mesmo conseguir novos mercados. Por que não? É assim que se promove o tão desejado desenvolvimento sustentável.