Não há dúvida de que o descontrole financeiro influencia negativamente no ambiente do trabalho Afinal, muito dificil que uma pessoa seja produtiva quando o seu psicológico está sufocado pelas dívidas.
Todas as pesquisas mostram que o trabalhador brasileiro está cada vez mais endividado. Isso se deve a dois fatores: 1) excesso de crédito e 2) muitas pessoas querem manter um padrão de vida acima de sua realidade econômica.
Na verdade, esses dois fatores estão interligados, pois a grande facilidade de obtenção de crédito passa a ideia de que parcelando as compras é possível consumir mais, o que induz as pessoas a terem a falsa sensação de que a vida vem melhorando.
A crescente dificuldade de encontrar uma saída para os problemas do dia-a-dia pode levar os funcionários a sérios transtornos emocionais. Como a pessoa não consegue tirar da cabeça a situação de endividamento, ela acaba levando para o ambiente de trabalho esse “problema” de sua vida e isso gera falta de motivação, apatia, agressividade, erros, dificuldade de comunicação e desentendimentos. Sem contar que, por dormir menos, por causa das preocupações com os telefonemas de cobrança, cheques devolvidos, corte de água, luz ou telefone, o risco de acidentes de trabalho acaba sendo bem maior. A consequência de tudo isso é que a empresa terá um empregado sem foco no âmbito profissional e com baixa produtividade ou desempenho.
Na busca de soluções para o descontrole financeiro, as empresas podem optar por oferecer cartilhas adequadas de orientação financeira e palestras sobre gerenciamento das finanças pessoais, com o objetivo de alertar os funcionários nas compras em supermercados, compras parceladas, no planejamento orçamentário, no uso de cheques especiais e cartões de créditos e também como fazer uma poupança mensal.
Resolver uma crise financeira implica mudar de vida, pois a pessoa precisa ajustar o seu padrão de vida à sua realidade econômica. A melhor maneira de não precisar passar por isso ainda é a prevenção.
- Cuidado com o crédito fácil. O cenário econômico aponta para uma grande oferta de crédito fácil para os consumidores, com taxas de juros menores e mais facilidades para o pagamento. Mas não se iluda com esta oferta, veja se você realmente necessita do empréstimo e se terá condições de pagá-lo no futuro.
- Cuidado para não entrar no rotativo do cartão de crédito e do cheque especial são as linhas de crédito com as maiores taxas de juros.
- Cuidado com empréstimos de longo prazo, que geralmente têm custos maiores.
- Cuidado para não permitir que o valor das prestações mensais ultrapasse 30% do seu salário.
- Cuidado para não assumir dívidas de outras pessoas. Quem não pode assumir a própria dívida é um forte candidato a não ter condições de quitá-la. Nesse caso, a dívida fica para você.
Algumas empresas optam por utilizar “soluções práticas” para resolver o problema do endividamento, como, por exemplo, buscar nos bancos que prestam serviços às empresas linhas de créditos para os funcionários com redução do custo das tarifas bancárias e melhores condições para pagamento. Isso pode afetar ainda mais a situação do funcionário, pois, antes de buscar mais empréstimos, é necessário que o funcionário organize a sua vida financeira, elaborando um orçamento doméstico para definir quais são as suas reais necessidades e planejar todos os gastos. Ou seja, é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe.